segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Uma arvore.



Fui cercado por pessoas que me faziam abraçar uma árvore ao final de uma tarde de brincadeiras, lambuzei-me inúmeras vezes com os suculentos frutos vindos destas, cresci vendo graça nos ninhos de passarinhos que por desventura do destino caiam das copas das árvores, guardava comigo os mais preciosos tesouros que por imaginação, tornavam-me rei, a verdade é que não passavam de pedras levemente brilhantes e que nada valiam, conheci o remorso que me assolou certa vez quando bati em meu melhor amigo, que de braços abertos me acolheu e perdoou, com suas lambidas e seu nariz molhado.
Então não sei bem o que todos querem dizer com sustentabilidade, me parece que essa nova corrente para defesa do meio ambiente está mais defendendo algo externo, que não faz parte de nós, ou que não nos cerca.

"É curioso ver como a marca Amazônia tem um valor enorme fora do país", nessa pequena frase já identificamos duas coisas no mínimo chocantes, uma se remete a marca, ou seja, ao valor acrescido ao nome, não me lembro quando foi a última vez que uma razão ligada ao dinheiro trouxe uma benfeitoria a fauna e flora, alias a única ligação destas é a reprodução do papel e das ilustrações das espécies em extinção, o que chega a ser atormentador. Por conseguinte o valor,"-por que o povo brasileiro simplesmente se exime da responsabilidade de cuidar de algo que é uma das mais forte marcas do mundo?" Posso lhe responder com facilidade, somos educados a pensar que tudo o que é público é de domínio de ninguém, logo qualquer benefício pode ser aproveitado por qualquer um, e seus problemas, jogados aos que por altruísmo o concertam para que o ciclo de exploração se renove.

Já não me espanto quando escuto algum amigo me dizer que não anseia por filhos, vivendo essa vida de desrespeitos, como se a vida por si só não fosse difícil o bastante, angustiosa o suficiente para que cada relato não caiba em uma imensidão de folhas de papel, não cabemos mais em nós mesmos, nos conhecemos cada vez menos, e nos conhecem cada vez mais, acho que só quem me conhece é aquela árvore.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Filmes e Filosofia.



Boa noite a todos, hoje conversaremos um pouco sobre um dos meus ídolos, embora ainda seja um leigo no que se trata do mesmo, Nietzsche um dos maiores filósofos que a humanidade ja teve, o desconcertante, o incabível, a dinamite.

Obviamente não tratarei diretamente sobre ele, mas alguns temas que assolam a existência humana. Religião, sofrimento entre outros temas.

Nietzsche começa com "O nascimento da tragédia" referindo-se ao mundo e a sociedade que segundo ele é toda baseada em conceitos platônicos e socráticos como Bem, Mal, Verdade,Mentira e outras dualidades opostas. Seguindo essa linha de pensamento o próprio condena toda a sociedade por pensar de uma forma "não-livre", mais a frente chega a criar um livro com o título de para além do bem e do mal, onde cita inúmeros dos conceitos apregoados em nós durante séculos e começa a galgar talvez a sua maior imagem utópica, o super-homen.

Filho de um pastor luterano e criado em uma familia religiosa, conhecia igrejas como a ponta dos dedos, o que lhe causou certo facínio depois como crítico a mesma, Nietzsche achava que além da igreja ser a maior das entidades seguidoras do pensamento socrático era também lugar onde poderiam diminuir sua dor e os pesares da vida, que para Nietzsche eram as coisas mais importantes, as dores construiam um ser mais forte, mais maduro e a mesma nunca poderia ser negada e por esse motivo também odiava bebidas alcoolicas. Acreditava piamente que a dor do ser é ato de grito de vida e que esse não podia ser negado.
Outro ponto a se citar é o desapego de Nietzsche com o ideal, a imagem construida de um homem ideal, trabalho ideal, pessoa ideal, inatingível, intangível e cria o conceito de "super-homen", uma evolução do homem comum que poderia se libertar de seus valores pragmáticos e se tornar algo livre.


Deixarei a lacuna pra que vocês aproveitem a multimídia de hoje e tirem suas próprias conclusões.

O filme "Quando Nietzsche Chorou" foi baseado no Best Seller de mesmo nome e aqui deixarei a disposição trailers, audiobook narrado por José Vilker e se possível mais a frente hospedarei o filme na íntegra.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Inauguração.

O começo.

Quase sempre festejado e aplaudido como esperança do que vem a ser, e é por conta de uma perda. Comemoramos nossos mortos e carregamos esse pesado fardo de ter que arrastas nossa existência com o próprio cadaver nas costas, fica a homenagem aos que se foram e aos que ficam que não tão vivos tentam parecer que não estão mortos.

Sejam bem-vindos.

Hoje trago dois livros que li a algum tempo e que me causaram significante confusão quanto a grande disconcertancia dos temas a que se referem.

A hora da Estrela - Clarice Lispector


Li esse livro a algum tempo pela primeira vez e releio sempre que posso, se trata de uma garota do nordeste que vem para a cidade e se depara com esse que é um mundo novo pra ela, tem sua vida cercada por inumeras pessoas que só querem tirar proveito dela e que não a veem como alguem que pode vencer na vida. O título é simplesmente sublime e tras total vivacidade ao modo de descrever a personagem que até o final do livro parece mais uma coadjuvante de sua própria vida.




Escuta Zé Ninguem - Wihelm Reich

Reich um dos mais conceituados psicanalistas da história vem por meio desse livro debater sobre uma nova moral, livre de todas as privações quem fazemos a troco de uma suposta ética. Muito bem elaborado, reich faz a disceminação de seus ideais por meio de um auter-ego chamado de zé ninguem que seria a representação da sociedade e critica a falta de conhecimento dos valor dos valores e as rotinas sem sentido em que nos metemos no cotidiano.

Me foi um livro indispensável na construção do que sou e do que ei de ser. Recomendo a todos.

Perdoem meu despreparo, mas ainda não tenho experiência com blogs, procurarei um lugar melhor tbm para o material que deixo aqui, por enquanto ficará no 4Shared.

Links:


A hora da estrela

Escuta Zé Ninguem